segunda-feira, 26 de março de 2012

Soneto da separação

                                  Soneto da separação
                                                   Vinícius de Morais

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente,não mais que de repente
Fez-se de triste o que se faz amante
E de sozinho que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário